sexta-feira, 8 de julho de 2011

Governo coloca Carioca de escanteio e compõe trio para negociar


Em público, os governistas preferem não dizer que Carioca está na geladeira

NegociacaoAleacSindicalistas e deputados negociam acordo; para evitar desgaste, governo tira Carioca de cena (Foto: Odair Leal/Agência Aleac)













O governador Tião Viana decidiu colocar seu assessor especial Francisco Nepomuceno, o Carioca, de lado nas negociações salariais com os sindicatos da saúde e as associações dos policiais e bombeiros militares.
O afastamento ocorreu após a troca de farpas na tarde de ontem entre Carioca e os líderes sindicais. Segundo informações, o representante governista chamou os sindicalistas de incompetentes e disse que ganha muito bem para lidar com pessoas como elas.
O forte temperamento de Carioca já é notório no meio político e sindical, o que vem causando fissuras nas relações Palácio Rio Branco/sindicatos. A decisão de tirar Carioca das negociações é para evitar desgaste maior do governo num momento delicado para o primeiro ano da gestão de Tião Viana.
No lugar dele o governo compôs uma trindade de negociadores composta por Antônio Monteiro, Carlos Alberto e Gilvandro Soares.
Em público os governistas preferem não dizer que Carioca está na geladeira. Segundo a assessoria de imprensa do governo, Carioca continua à frente das negociações com os sindicatos.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, Moisés Diniz (PCdoB), fez questão de enaltecer a atuação de Carioca e o classificou como a memória do governo petista nas negociações com os sindicatos.
“O Carioca desde 1999 [ano da chegada do PT ao poder] conhece as conquistas de cada categoria profissional do Estado. Ele tem o respaldo de chegar numa mesa de negociação e dizer quanto um agente teve de ganho e qual foi o de um delegado”, ressaltou ele.
A defesa de Diniz vem um dia após desentendimento dele com Carioca. Na quarta-feira, 6, o assessor especial chegou a desqualificar o deputado diante dos sindicalistas ao dizer que Diniz não tinha respaldo para agendar reuniões entre governo e sindicalistas.
O comunista é o mais novo deputado a entrar na lista dos deputados que se desentenderam com um dos auxiliares mais fortes do governo. Nos bastidores a choradeira dos deputados contra Carioca é grande.
A resposta que eles ouvem do assessor diante de seus pleitos é sempre um “não”. O comportamento tem feito alguns parlamentares, aos poucos, migrarem para o colo da oposição.
No governo Binho Marques dois mudaram de lado: Mazinho Serafim trocou o PT pelo PSDB e o PT do B de Gilberto Diniz abandonou a base de sustentação. O mais novo a caminhar para a bancada oposicionista é Walter Prado (PDT).

Fonte: agazeta.net